Candidato
Carlos Eugênio Rêgo
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1ª Poesia
ASFIXIA
Carlos Eugênio Rêgo
Se a ganância desafia a natureza
Tenha certeza: a conta um dia há de chegar.
É a esperança naufragada em correnteza
Toda riqueza que é a vida a agonizar.
A motosserra é a extensão do bolso em ânsia,
Pondo em poupança o seu lucro mais cruel.
É a maldade, muito mais que ignorância.
É a matança cumprindo assim seu papel.
As matas, bichos, gente
Em cortina de fumaça
Tecendo um denso véu em quem defende
A vida, o dom da sua raça
A morte é o risco iminente
A quem divulga o que se passa,
Pois o algoz o faz Joana D’arc
Em oculta praça.
2ª Poesia
CORDA BAMBA
Carlos Eugênio Rêgo
O amor desfila, ébrio, sempre em corda bamba.
Descalço, pisa a o centro das fogueiras.
Cada paixão é sempre, sempre, sempre a derradeira.
Ah, ainda assim, o amor navega, trilha, segue e confia
No acorde cego que o embala noite e dia.
Louvando
Aos cantos
A eterna companhia,
Passo a passo,
Braço a braço,
Laço a laço
Com a poesia.
E eu, poeta então,
Tocando a vida e suas pontas de esporão.
E, apesar da aspereza desses dias,
Planta em mim a poesia uma canção.
E eu, poeta então,
Cantando a vida no pulsar de um furacão.
E, apesar da ebulição que o pranto ferve,
A vida é leve, o que é breve é a solidão.
E eu, poeta então,
Bebendo a vida em eterna explosão.
E, apesar da escuridão que o tempo esboça,
Sempre há uma força de onde arranco inspiração.