Candidato
Khalil Prometheu
Leia e ouça as duas poesias de Khalil Prometheu. Se gostar, vote! E ajude a ter suas composições autorais produzidas e gravadas em canções inéditas num estúdio profissional. E aguarde para saber como serão estas canções.
1ª Poesia
LEMNISCATA
Khalil Prometheu
Não sei o que fazer na cidade silenciosa
mudo os quadros na parede, mudo as paredes,
ouço “as portas”
crescem fungos na minha cabeça
e no assoalho raízes de preguiça
a assimetria que me rege – lemniscata
aqui dentro o ar é sólido
agora um bólido cai sobre minas
dias lentos em fermata, faz frio no solo do sol
e eu não sei o que fazer na cidade silenciosa.
Não sei o que fazer na cidade silenciosa
se abrem flores zigomorfas, colho vidraças ociosas
salamandras rastejam pelos cantos
mudo o wallpaper e o espaço (universo) da sala (do teto) (o intervalo)
há algo errado! agora não escuto o meu olfato
visitantes sobem escadas
e se desprende o grafiato
velhos ares de agosto
surgem nuvens sobre “Arsia Mars”
e eu não sei o que fazer na cidade silenciosa
Um vilão tristonho, equaliza o som, no final dos tempos… contumaz.
2ª Poesia
FLOR CARNÍVORA
Khalil Prometheu
Infesta
O aroma pegajoso
Através dos espaços da sala
Convida aquele que procura descuidado
Cair em desgraça
O visgo da mandíbula semi-aberta
Adoça a boca que exala
Inocente deleite
Se soubesse que a morte é doce
E sem demora
Destrói
Assiste com paciência
A lenta agonia sem piedade
Preso no visgo
O mosquito se desespera
Flor carnívora
Sinto o seu perfume agora
Os lobos da armadilha cerrados
os lábios entrelaçados
Me comem vivo em uma hora.
