Candidata
Sarah Benedita
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1ª Poesia
TENTO ACREDITAR
Sarah Benedita
Eu costumava a acreditar no invisível
Eu costumava ter fé
Eu costumava tentar falar
Até gritar e não ser notada
Eu chorei, senti, menti, machucada fui e para que exatamente?
Isso é crescer? Pedir pra morrer? Cansar de tudo e de todos e simplesmente se ver só, sem asas, sem vida.
Isso é amadurecer? Ter que lidar com a dor usando máscaras, fingindo estar tudo bem…
Eu imaginava não ter que viver o que todos antes de mim viveram e olha hoje pra mim Talvez pior estou.
Não tenho mas motivos ou vontades
Desculpas, me diga quando eu não precisar estar
Eu costumava acreditar no improvável, no inalcançável
Eu costumava sonhar até me arrancarem
Eu só senti dor e não conseguia mais falar
Hoje sei que sou uma pessoa amarga tentando mudar o mundo Mergulhando num buraco sem fundo, andando implorando um rumo
Pensei em conhecer a morte, em me desapegar de quem muitas vezes me fez piorar
Eu tento acreditar que não existe coincidência
Eu tento lidar com o espelho diariamente
Eu tento não me afogar por estar cansada de nadar
Repito para mim em fim
Tudo bem não estar bem
Tudo bem ser só
Tudo bem não estar bem
Hoje não quero ser forte
Hoje eu não quero ter que lidar
Quero poder conseguir dormir e esquecer toda a correria até aqui
Eu costumava e hoje tento acreditar.
2ª Poesia
INTENSIDADE DESLUMBRA
Sarah Benedita
Deslumbrada fiquei em seu sorriso, encantada com as palavras complexas que tanto gosta
Me apaixonei, num tempo como o do piscar de olhos e paraliso somente em entrar e afundar no teu olhar
Meu cronograma preferido se tornou ao acordar e estar, te ouvir cantar, te ver fumar
Intensidade numa velocidade, reencontro de outras vidas? um monumento histórico
Uma taça bela que quebra e não retorna, recria outra estadia
Perfeito momento da tarde, a preguiça bateu e o conforto está nos abraços Viajei o mundo, me perdi nas ruas, um beco sem saída
Olhei no espelho que de tão velho, me arranhou, o reflexo ficou
Embaçado e dissimulado
Áspero
Retruco o ponto sego do truco
O ponto sego da noite escura
Voltamos a rua, em longos metros te vejo e nem frio faz, porque o arrepio tão intenso
Passei por você e segui
Aprendi ou soube fingir
Como um túmulo, sei que esteve ali, mas enfim… Não era mais para mim
A cicatriz tá no peito e hoje sou firme nesse ponto, ponto do desatino que se tornou invisível